O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou
todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte,
"Nicolau de Mira" se tornou "Nicolau de Bari". Em 1087, a cidade de Bari, em Puglia, na Itália, sofria a
subjugação dos normandos. E Mira já estava sob domínio dos turcos muçulmanos. Setenta marinheiros
italianos desembarcaram nessa cidade e se apoderaram das suas relíquias mortais, transferindo-as para
Bari. O corpo de são Nicolau foi acolhido, triunfalmente, pela população de Bari, que o elegeu seu padroeiro
celestial. E ele não decepcionou: por sua intercessão os prodígios e milagres ocorriam com grande
frequência. Seu culto se propagou em toda a Europa. Então, a sua festa, no dia 6 de dezembro, foi
confirmada pela Igreja.
A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma
criança com inclinação à virtuosidade espiritual, pois nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite
materno, ou seja, já praticava jejum voluntário. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades,
preferindo frequentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às
viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro
das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de
amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau
ao nascimento do Menino Jesus.
Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e
poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção,
encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza.
Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem
muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.
A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de
toda a cristandade. Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes
nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo-
saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e
aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.
Fonte: www.cot.org.br